quinta-feira, 24 de abril de 2014

Os Apóstolos da Quinta-feira Santa segundo Pe. Marquinho



Durante a Missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira santa (17/04), é realizado o Sermão do Mandato. Este ano, os apóstolos escolhidos foram senhores e senhoras que estão diretamente ligados com a história de nossa Catedral.

Durante o Sermão do Mandato, padre Marco Antônio Iabrudi Filho, Pe. Marquinho, pároco da Paróquia Santo Antônio surpreendeu a assembleia presente ao apresentar os apóstolos à comunidade. Com uma delicadeza nas palavras justificou a escolha e elencou características de cada um dos ‘eleitos’. Foi um momento de grande emoção para todos!

Reproduzimos aqui a parte do Sermão do Mandato onde pe. Marco Antônio menciona os apóstolos.

“[...]Aqui estão eles, aqui estão elas, nossos irmãos! 




 


Aqui está a dona Elisa. Quem é a dona Elisa? A nossa estimada amiga Elisa, que no alto dos seus 86 anos de idade, na comunhão diária da Eucaristia, foi capaz de, octogenária, debruçar sobre uma pesquisa para escrever um singelo livro para tornar a nossa catedral mais amada e conhecida, não só por nós, mas por tantos outros. Elisa se entusiasma com as ideias da juventude, faz observações críticas, pois sabe que a idade não é um peso, mas uma contribuição. Nós somos muito felizes com sua presença em nossa comunidade, dona Elisa.










  

Aqui está nossa amiga Suzana. Dona Suzana. Dona Suzana que nós conhecemos bem desde os tempos do seminário. Sempre serviçal! Sempre colocando o seu talento culinário a serviço da comunidade, nas reuniões paroquiais. Sempre colocando as suas mãos e o seu gosto para ornamentar os andores e altares com sua equipe, para mostrar que o serviço prestado à Igreja, é sempre um serviço valoroso aos olhos de Deus.  Ela está sempre disponível! Sempre servindo! Sempre procurando, à sua maneira, com seu toque, com sua discrição, apresentar a solução externa, na hora certa, para uma necessidade paroquial, para uma necessidade de nossos seminários. Nós agradecemos, Da. Suzana, por tudo e todos que você representa, pelo serviço que você presta à nossa paróquia, aos nossos seminários!




 

Aqui está dona Filomena! Dona Filomena talvez seja a apóstola da doçura, pois penso que não exista pessoa mais doce, mais singela. Prestando sempre seu serviço na sagrada Eucaristia, é a mão de Cristo, levando Cristo a tantos enfermos e idosos. E também sendo o Cristo que cuida do Cristo enfermo na própria da família: um serviço de doação e entrega. Um serviço de poucas palavras, mas de uma palavra verdadeira, séria, doce e singela. Precisamos aprender tanto com você, Da. Filomena, a saber silenciar, a saber ser mais doces, deixar as amarguras de lado! Muito obrigado, Da. Filomena!





 

Aqui está a da. Arly, a poetisa da turma. Escritora! Ela veio de Aiuruoca. Mas é muito mais campanhense do que alguém nascido aqui. A da. Arly é motorista aos 82 anos de idade, que dirige pela cidade. Destemida, leva os padres, aqui e acolá, como faz agora e como sempre fez no passado: lembramos do irmão Paulo. Apóstola, sempre pronta a servir de uma maneira singela, doce, pontual. Como se sempre estivesse no lugar, da. Arly está lá! Como um time que nós podemos contar um jogador que representa a chance da última hora: assim é da. Arly. Presença na nossa vida paroquial, presença meiga, presença, sobretudo, de uma amizade tão verdadeira para com todos aqueles que aqui estão e por aqui passaram. Nós agradecemos, da. Arly. 


 
Da. Terezinha! Meu até vontade de comer um pastelzinho! Da. Terezinha aqui de São Sebastião, que representa este amor sempre incondicional e verdadeiro a esta comunidade de São Sebastião. Uma doçura que não é só dela, que ela recebeu também no sangue, dos irmãos que já estão junto de Deus, dos pais, dos sobrinhos e filhos que também servem esta comunidade.  Mulher de poucas palavras, não é, da. Terezinha? Mas de um olhar que transmite uma mensagem tão profunda de amor à família que a senhora construiu com tanta luta; de amor a esta comunidade com a qual a senhora soube deixar um legado, que é também um legado da sua família, que é colocar-se a serviço através dos tempos. E isso renova-se através das gerações! Muito obrigado da. Terezinha!




A dona Bilia [Gabriela], acho que é o São Pedro dos apóstolos. Vai fazer 92 anos! É para nós um exemplo de igualdade e santidade. Sobretudo de cuidado! Cuidado do amor de amor de mãe, do amor de avó para com os sacerdotes: não só o padre Marco e o Edson. Mas desde os tempos mais antigos onde a Mãedica e o pai Joaquim [pais de da. Bilia], hospedavam e ofereciam préstimos aos nossos antecessores. De uma maneira sempre discreta, silenciosa. Mas sempre com o terço, com a oração, com a oração silenciosa do quarto, como nos ensina o evangelho. Deixa para nós, ainda hoje o exemplo, que perpetuou na educação de seus filhos e netos, que chegam para o padre, seja ele qual for, branco ou negro, sorridente ou carrancudo, de Campanha ou de outra cidade: “Sua bênção, sô padre!”, e beijam a mão. Tamanha devoção ao padre, ser humano, mas que remete ao Cristo-Sacredote. Deus abençoe! Nós agradecemos, da. Bilia!



Seu Manoel. Nosso querido Manoel Sebastião. Pai de uma família numerosa. Esposo da da. Terezinha. Seu Manoel, que nos festejos de São Sebastião é o mais antigo! Desde a época do Mons. Mesquista. Seu nome até hoje está no programa. Uma fidelidade sem igual, um amor sem igual por esta igreja, por toda a paróquia! Homem que com sua esposa, criou uma família tão maravilhosa. Uma família campanhense, mineira, gente brava! Brava! De todas as patentes: desde o tenente ao brigadeiro! Mas sempre servindo como soldados de Cristo, onde não existe patente: existe desejo de servir. Eu acho que essa disciplina, essa ordem, esse amor às coisas sagradas é fruto do matrimônio do senhor e da da. Terezinha e do exemplo a seus filhos. Nós agradecemos porque o senhor representa tantos das comunidades rurais da nossa cidade que, sempre à distância, cuidaram, com os produtos da terra e do campo, das coisas de Deus, com suas ofertas e com suas orações. Nós agradecemos, seu Manoel, por tudo que o senhor representa para nossa comunidade!

Seu Milton Maia. Seu Milton, nos próximos dias, celebra 90 anos. Dos ministros mais antigos, é ele uma recordação que nos faz remeter a tantos que já estão juntos de Deus. Alguns ainda circundam este altar. O senhor Milton Maia, homem capaz sempre de nos surpreender pela capacidade tão singela, tão humilde de procurar o sacramento da Penitência. De procurar na Penitência a graça santificante de Deus!  Homem também singelo, simples, sem muitos discursos. Mas de um olhar, de uma presença vivencial que cala tanto ao nosso coração, e que nos remete tanto àqueles que, com o senhor, serviram o altar da Catedral e das comunidades de nossa paróquia, como os primeiros Ministros da Extraordinários Comunhão. E olhando para o senhor, nós trazemos no coração aqueles que já estão junto do Pai. E olhando para seu exemplo, nós pedimos a força de permanecermos de pé, servindo a Cristo. Buscando o sacramento na Igreja e dando testemunho verdadeiro na comunidade. Muito obrigado, seu Milton.

O Jarbas... O Jarbas, nosso apóstolo da zona rural. Condutor dos sacerdotes. O apóstolo dos amigos. Olha, Jarbas, talvez aqui em Campanha, neste período, foi de você que eu mais me aproximei, você sabe disso. Me aproximei porque, com você, eu percorri as comunidades rurais, como você o faz com o mons. José Hugo, ou com aquele padre que estiver com você. Com você eu percorri sempre a casa dos doente. Eu, exercendo o meu ministério; você respondendo as orações. Com a mesma sinceridade, com a mesma piedade, com o mesmo sentido de perceber a necessidade mais urgente de perceber aquela confissão que está lá longe; daquela unção que está lá atrás da serra; daquele batismo que ninguém se lembrou; daquela primeira eucaristia que ficou escondida; daquele matrimônio que precisou de uma palavra para se desenrolar. Por isso, Jarbas, este serviço de devoção, de ir ao encontro, de puxar o padre, de insistir com o candidato ao sacramento e à vida da Igreja, é algo que fala muito ao nosso coração, pelo seu serviço e do seu testemunho para com esta comunidade. Nós agradecemos, Jarbas, porque isto faz a Igreja! Isto nos faz continuarmos a obra de Jesus Cristo! Deus abençoe você!

Seu Lalico [Geraldo Eulálio]. Ágil! Ágil porque sempre, bem antes dos Irmãos, estava à frente das procissões correndo aqui e acolá. Com a expressão sempre terna, com uma expressão de bondade. Com a expressão daqueles que sabem cuidar da obra da criação! Como ele faz isso bem: cuidando de nossos jardins, das nossas roseiras, das nossas videiras, das nossas figueiras com o mesmo amor com que o Cristo nos chama a cuidar de nossos irmãos. Olha seu Lalico, a maneira como o senhor vive a sua vida, exerce seu ofício, de uma maneira, também, despojada, sem o mínimo de ostentação ou exigência de reconhecimento ou aplauso, é uma graça de Deus. É um estímulo de fé para nós que hoje somos comovidos pelas palavras do papa Francisco. Mas nós somos arrastados por testemunhos de homens como senhor: devotos, fiéis à Igreja, que não entregam jamais, que sempre estão prontos a servir. Porque sabem que o Deus é agradecido por todas as tarefas. Que Deus abençoe, seu Lalico! Nós agradecemos!

Seu Sebastião Garcia! Seminarista eu era, há 20 anos, eu ia à missa do Pe. Fuhad e me encantava com a sua presença, sua postura reverente diante do altar da Catedral. Padre eu sou hoje, seu Sebastião, e até hoje me comove o seu zelo, a sua pontualidade, a sua hombridade, a sua simplicidade em servir com o mesmo amor, de 20, 30 anos atrás, a igreja Catedral ou qualquer comunidade que necessite do senhor. O senhor é um homem que não tem escala! O senhor ultrapassa qualquer escala porque está sempre de prontidão para servir! E pedindo sempre a bênção! Às vezes a gente fica até envergonhado: como envergonhar uma pessoa como o senhor Sebastião? Mas como a bênção não é minha, a bênção é de Deus, a gente abençoa! Sentimos feliz com a sua presença aqui. Que Deus abençoe! Muito obrigado pela sua presença aqui, seu Sebastião!

Neíque [Carlos Henrique], o São João, é o caçula. Olha, Neíque, você está aqui como irmão do Santíssimo Sacramento. Você está aqui lembrando-nos do passado onde a Catedral foi erguida pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. Você está aqui porque certamente, na nossa comunidade, é a pessoa que mais tem se empenhado pela reforma de nossa Catedral. Se empenhado em todos os sentidos: preocupado com as contas, preocupado com os carnês, preocupado com os pagamentos. Presença diária! Nesta maneira sua, que é um jovem senhor, toda comunidade paroquial, deve encontrar, hoje, compromisso de também engajar-se na causa da Catedral. Mas muito mais que a causa da Catedral, perceber que o serviço da Igreja não tem idade, nem jovens, nem adultos, nem idosos: todos são chamados a servir e testemunhar Jesus Cristo. Você que representa esta assembleia, todos nós, jovens senhores, jovens senhoras, adolescentes, devemos encontrar uma ideia, ter uma atitude para servir de uma maneira tão voluntária, olhando para o patrimônio, que é de toda comunidade, como depósito da fé, donde a Catedral é apenas a representação visível. Depósito da fé, da verdade da Igreja e do Evangelho. Nós agradecemos, Neíque, pelo seu engajamento, pelo seu testemunho junto com sua esposa e seu filho dentro de nossa comunidade. Vemos em você a esperança de reconciliação entre o presente e o passado, entre o passado e o futuro. A esperança de continuidade. É preciso que os mais jovens, e os ainda mais jovens, assumam tanta riqueza que estes e estas têm deixado como legado para nós. Porque também receberam de seus antepassados. Deus abençoe, Neíque!”

Padre Marco Antônio Iabrudi Filho – Pároco da Paróquia Santo Antônio – Campanha/MG - Trecho do Sermão do Mandato – Semana Santa 2014

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Os cantos da Procissão do Enterro do Senhor



Na sexta-feira da Paixão, um dos pontos altos é o Sermão do Descimento da Cruz e a Procissão do Enterro do Senhor.

Durante a procissão, é cantado o tradicional canto da Verônica. Aqui em Campanha, há alguns anos, quem entoa o canto é a sra. Ana, soprano no Coral Campanhense e integrante do grupo de Seresta Luar. O canto da Verônica é entoado defronte a cada passinho da Semana Santa nas ruas de Campanha

O texto do canto da Verônica é de inspiração bíblica, do livro das Lamentações 1, 12:

O vos omnes qui transitis per viam, attendite, et videte si est dolor similis sicut dolor meus.
Oh vós todos que passais pelo caminho, vinde e vede: se há dor semelhante à minha!




Logo após o canto da Verônica, o Coral Campanhense entoa outras duas canções: o Canto das Behús ou Três Marias:

Heu! Domine, Salvatore noster
Senhor, nosso Salvador


 
E em seguida, canta-se Pupille, composto por Manoel Dias de Oliveira
Pupille facti sumus absque patre, matres nostrae viduae.
Órfãos, fomos privados de nosso pai e nossas mães são como viúvas



As fotos dos vídeos anexados são de autoria da Pastoral da Comunicação da Paróquia Santo Antônio

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Homilia da missa de Domingo de Páscoa

No domingo, dia 20 de abril, às 19h, foi celebrada a solene missa pontifical de encerramento da Semana Santa. A celebração foi presidida por Dom Diamantino, como já é tradição em nossa paróquia.
Você confere agora a íntegra da homilia de Dom Diamantino na missa de Páscoa.

Meus irmãos e minhas irmãs, o texto para a missa da Páscoa nos deixam um tanto quanto apreensivos e até questionadores. No evangelho, por exemplo, termina assim: “De fato, eles ainda não compreendiam o que significa ressurreição dos mortos”. Então, a gente percebe que houve uma caminhada, um aprendizado para que os próprios discípulos entendessem as escrituras. Já disse Pedro, na primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, que as escrituras, sobretudo dos profetas, dão testemunho de Jesus Cristo.  São Jerônimo diz que toda escritura refere-se a Cristo Jesus, e desconhecer as escrituras é não conhecer Cristo. Isso é sério!

Isso é sério porque nós negligenciamos a Leitura Orante da Palavra de Deus. E é por isso que muitas vezes temos dificuldades, não só em compreender as escrituras que falam da ressurreição, como também temos dificuldade de acreditar. Que é pior ainda! Lá não se fala que Jesus apareceu a Madalena e ao discípulo amado. Simplesmente viram e acreditaram. Viram o quê? O túmulo vazio: os panos que cobriam o túmulo de Jesus. O sudário que cobriu sua cabeça, sua fronte, estava dobrado à parte. São os pequenos detalhes!

Agora, crer no vazio é difícil também. Ninguém crê no vazio. Nós cremos é naquilo que vemos, naquilo que apalpamos, naquilo que tocamos, naquilo que abraçamos. Ontem à noite, o texto de Mateus dizia que as mulheres que foram ao túmulo abraçaram os pés de Jesus. É bonito! Isso significa, que embora o túmulo estava vazio, elas acreditaram porque Ele já havia dito que o Filho do homem ressuscitará dos mortos. Depois do sofrimento, da cruz e da sepultura, vem a aurora da ressurreição.

Depois da ressurreição é que os discípulos então vão compreendendo devagarinho. Esse discurso de Pedro está situado mais tarde, depois de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa. Porque foi precisamente o Espírito do ressuscitado que invade suas mentes e seus coração para irem até ao mundo.

Precisamos de um novo colírio, para ver bem, para enxergamos mais profundamente, para poder realmente olhar com a alma. E o colírio da alma é a fé. É o creio! Mesmo que a gente não tenha visto, ou mesmo que a gente veja o vazio e alguns sinais: os panos e o sudário. Isso é importante! Aliás, quando alguém de nós perde um ente querido, fica um tempo sem entender: só chora. Só se cobre de luto. Não apenas os sinais externos, mas sobretudo o luto da alma: a solidão, a saudade. E às vezes, na minha terra era assim: a pessoa ia olhar um pouco onde restavam os sinais da presença do saudoso, daquele que havia partido, e lembravam e contavam certos fatos: era assim, o jeito dele, era desse jeito, não era deste.

Do mesmo jeito os discípulos falavam de Jesus e foram contando precisando a partida e a ressurreição. A luz da ressurreição interpretada pelos fatos passados, desde que começou a missão evangelizadora de Jesus. Por isso, agora também os manda que voltem à Galileia.  Porque foi lá que tudo começou. E a partir de lá que os discípulos devem iniciar a missão de ir a todo mundo, de levar a todas as criaturas a boa nova do Reino.

É impressionante esse olhar, esse ver para acreditar! É verdade que Jesus, mais tarde, Jesus diz a Tomé: “Ah Tomé, você acreditou porque viu. Porque tocou. Bem-aventurados os crêem sem terem visto!” É interessante o jogo de palavras! Na maioria das vezes a gente quer realmente sentir, quer ver de perto, mas nem sempre acontece. Resta-nos então, precisamente, esse lugar da fé. Que vê mais fundo, e que vai descobrindo devagarinho a presença desse Deus que caminhou com os seres humanos, que se fez solidário com o sofrimento, e que foi sempre presente nas horas mais dolorosas da vida dos irmãos e das irmãs, a ponto dele mesmo assumir, na dor da paixão na cruz acima de tudo.

É por isso que a gente só acredita mesmo, em um Deus que se faz solidário, que se faz presente, como os cristão ao proclamarem a Boa Notícia da ressurreição: Ele está vivo, Deus ressuscitou! Paulo vai dizer depois, na carta aos Coríntios, que apareceu também aos discípulos, depois a 500 irmãos e por último “a mim, como adotivo, que não sou digno de ser chamado apóstolo”. Paulo tem consciência e conhecimento da presença do Senhor Ressuscitado, que continua entre nós.

A Páscoa é também, uma manifestação religiosa do povo cristão, de lembra, de fato, a cada domingo, dia do Senhor. Em memória desse texto: “no primeiro da semana”, é o Dies Domine, o Dia do Senhor. Por isso participamos, não apenas da páscoa anual, mas da páscoa semanal: o Domingo. Devemos santificar o domingo! Como aprendemos no catecismo da primeira comunhão: santificar o domingo e dias de guarda. Não sei se vocês lembram também! Eu já fiz a primeira comunhão há 60 anos, 63 anos precisamente.




A gente percebe que, aquilo que acolhemos com amor, a gente aprende mais fácil. É o caso do discípulo que era amado por Jesus. Ele era amado, por isso, então, ele viu e acreditou. E toda fonte mais profunda da fé é o amor. Nós só acreditamos nas pessoas que nos amam, ou quando nós a amamos e acreditamos no palpite delas. Assim também é com Jesus! Nós só podemos entregarmos a ele porque ele nos amou e se entregou por nós. Ele se doou totalmente! E por isso, nós também acreditamos, porque Jesus continua nos amando! E nós também prometemos amar Jesus. Nem sempre correspondemos, mas queremos hoje, dia de Páscoa, prometer mais uma vez: assim como o Senhor me amou, assim também quero amar o Senhor. Essa é a minha fé! Amém!


E ainda temos mais materiais da Semana Santa que preparamos para você! Acompanhe este blog e o facebook da Paróquia Santo Antônio

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Motetos da Semana Santa - O vos omnes

Estamos divulgando os Motetos que são executados na Semana Santa aqui de Campanha para você, cada vez mais, conhecer a rica tradição religiosa de nosso povo. 

O vos omnes - relata o o consagrado encontro de Jesus com Verônica. Logo abaixo você acompanha o texto com a tradução.


O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videre si est dolor sicut dolor meus.


A vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha.




As fotos da apresentação são da missa e procissão das Dores de Maria e foram tiradas pela Pastoral da Comunicação da Paróquia Santo Antõnio.

Missa do Crisma

Foi realizada ontem, na paróquia do Divino Espírito Santo, em Varginha, a solene Missa Crismal. É a segunda vez que a celebração não é realizada na Catedral de Campanha. Este ano, devido à reforma, não foi possível viabilizar outro local para a missa.

Se você não acompanhou pelo rádio, você confere aqui a homilia de Dom Diamantino ontem na missa.


“Ó Senhor eu cantarei eternamente o vosso amor”. Por que cantar, irmãos e irmãs, o amor de Deus? Porque o hoje de Deus acontece aqui e agora! Como ouvimos no evangelho que acabou de ser proclamado [Lc 4, 16-21]. Hoje realiza-se esta passagem da escritura. O Deus e Senhor passa no meio de nós, está conosco entre nós. E esta verdade deve ser sempre proclamada e cantada eternamente com muito amor. Porque se o Senhor nos ama nós também devemos manifestar nosso amor para com ele e para com nossos irmãos e irmãs. E é por amor que nós nos reunimos nesta manhã aqui em Varginha, para celebrarmos a unidade e a comunhão diocesana.

Lembramos que nesta celebração realizamos a bênção e a consagração dos óleos a serem usados na administração dos sacramentos. E é precisamente nos sacramentos e na escuta profunda da Palavra que nós adquirimos vida plena, abundante e divina que vem do Senhor, sobretudo, no seu mistério pascal que celebramos profunda e piedosamente nesses dias de Semana Santa.

E é porque Ele nos amou até ao extremos de dar a vida por nós é  que nós também nos comprometemos nos doarmos ao jeito Dele. Nós nos colocamos a serviço uns dos outros, como Ele mesmo fez e ensinou. Por isso os óleos santos, colocados em nossa testa, nas nossas mãos, nas nossas cabeças, como em nós bispos, não é apenas um enfeite, não é apenas um sinal. É um sinal, mas significativo de que estamos realmente servindo uns aos outros. Já que confirmados como Cristo Senhor, que não fez outra coisa a não ser servir, acolher e amar.

É por isso que ele também nos dá também a fortaleza. Na sua bondade infinita de podermos continuar perseverantes em nosso ministério, seja no sacerdócio ordenado, seja no sacerdócio geral dos fiéis. Porque nós proclamávamos que ele fez de nós, para o Pai, um reino de sacerdotes. E todos devemos exercer, cada um na sua função, esse sacerdócio: o serviço dedicado, fiel e perseverante aos irmãos e irmãs. Mesmo e especialmente àqueles que estão à margem, mais doentes, mais carentes de afeto e de amor. Então, essa equação que o nosso querido papa Francisco, convocou-nos a irmos às periferias existenciais e sociais aonde há mais necessitados da presença amiga e bondosa de pessoas que têm realmente o dever de servir e amar

Irmãos e irmãs, que nesta nossa celebração queremos acolher o compromisso nosso, os ministros ordenados, lembrando o dia bonito e significativo de nossa ordenação presbiteral. E todos queremos nos comprometer a realizar o que nos foi proposto e o que nós prometemos, até em respeito e obediência àquele que representa a Igreja e que preside na caridade a diocese; sermos todos compartilhadores e bons operários da vinha do Senhor.

E hoje gostaria de pedir a todos vocês que se fazem presentes em tão grande número aqui: vamos amar e acolher bem nossos sacerdotes. Todos nós temos os nossos defeitos; às vezes somos até broncos, quem sabe até indelicados.  Mas eu peço, com paternal solicitude, que vocês acolham assim mesmo, rezem por nós. Nós precisamos demais da oração de vocês; a oração atrai a graça santificante e santificadora Daquele que se santificou, na verdade, por nós. A Ele, a honra, a glória e o louvor para sempre. Amém!




Dom Diamantino Parta de Carvalho, ofm – bispo da diocese de Campanha – Missa do Crisma – Semana Santa 2014

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Motetos da Semana Santa - Bajulans

Você confere mais um moteto da Semana Santa.
Os motetos que são executados pelo Coral Campanhense são de autoria de Manoel Dias de Oliveira.

O segundo moteto de Passos chama-se Bajulans

Bajulans sibi crucem Jesus exivit in eum, qui dicitur Calvariae locum.


Carregando a sua cruz, Jesus foi para o lugar chamado Calvário.



As imagens do vídeo são de autoria da Pastoral da Comunicação da Paróquia Santo Antônio

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sermão do Encontro - Pe. Bruno César Dias Graciano

Se você perdeu o Sermão do Encontro desta terça-feira Santa, você pode conferir a íntegra da bela mensagem de Pe. Bruno César Dias Graciano (Pároco da Paróquia São Lourenço Mártir - São Lourenço/MG)


Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro.
Amado irmão, amada irmã,
Saúdo você que saiu de sua casa nesta noite para rezar, com o coração sedento de Deus, ansioso por ouvir a Palavra de Deus que preenche o coração...
Saúdo você que nem queria vir, mas, por algum compromisso  saiu de sua casa e veio participar deste momento de fé...
Saúdo você que anda sem fé... Não tem tido alegria e nem vontade de rezar, mas que está aqui... Pode ser que você não tenha saído de sua casa para ouvir este sermão, mas Deus atraiu você e o colocou aqui nesta praça... a praça da antiga prefeitura, a praça da Igreja das Dores, a praça do obelisco que marca o aniversário da cidade, mas, definitivamente, a “Praça do Encontro”, não qualquer encontro de amigos e namorados que quem sabe aqui neste lugar venham a se reunir, não  praça de encontro, mas do mais belo encontro que já existiu: o encontro de Jesus, chagado, ferido, humilhado com sua mãe, aflita, preocupada, sofrida por ver a dor do Filho... Encontro imortalizado de uma forma tão bela por mãos de artista, na tela pintada pela saudosa senhora Julieta Bacha, que do “passo” situado aqui na sua casa, emana ternura e cumplicidade... Mãe e filho nem precisam falar... nenhuma palavra se faz necessária, quando a comunicação se processa de coração para coração... Não fosse assim, Maria não teria reconhecido Jesus, ferido e chagado, desfigurado, irreconhecível...
            Os enamorados também não precisam se falar... Basta o olhar... basta o coração com coração. O ser humano tem necessidade do encontro, pois ele humaniza. O ser humano tem necessidade de um olhar que seja expressivo, tem necessidade do toque. O outro mostra quem eu sou, revela-me os segredos mais escondidos dentro de mim mesmo... Ao longo da vida nos relacionamos com as pessoas e elas nos marcam profundamente... Deixam algo de si em nós e levam muito do que está em nosso coração. Não há como viver sem se relacionar com os outros. O homem não é ilha!
Já bem disse Vinícius de Moraes, no “Samba da Bênção” que  “a vida é a arte do encontro”... Como é bom encontrarmo-nos com as pessoas que amamos. Imagino o quanto enche de alegria, a ponto de transbordar, o coração da mãe que se encontra com o filho que estava longe. E a emoção dos apaixonados que suspiram felizes contando as horas para estar na presença da pessoa amada. Encontros que preenchem...  Encontro feliz tem as pessoas que vivem sozinhas e tem sua solidão povoada por algum amigo que liga ou lhe visita. Encontros que confortam... Encontro feliz tem os amigos quando se reúnem para partilhar a vida e jogar conversar fora. Encontros que refazem. Encontro bom tem a família reunida, seja em que data for, mas reunida... Nas festas... Encontros que celebram...
Ah, como seria bom se os momentos felizes de encontros fossem eternos. Oh, crueldade a do tempo que ceifa os momentos felizes na presença de quem amamos! E quando estes encontros deixam de existir, finalizados pela fúria do Kronos, surge no coração a saudade, que perpetua em nós presenças, situações e lugares que foram capazes de marcar-nos no mais profundo do coração.
“A vida é a arte do encontro”, diz Vinícius de Moraes, “embora haja tanto desencontro pela vida”... Infelizmente, nem todos os encontros são felizes, deixam feridas no coração... Infelizmente, nem sempre os encontros acontecem como deveriam... Fico pensando em quantos desencontros acontecem dentro de casa... Quanta gente que apenas mora junto, mas não convive, não partilha vida, dores, sofrimentos e alegrias. Esposos preocupados unicamente com seus interesses ou com suas diversões pessoais... deixam de ser amigos, perdem a alegria e o encanto do amor. Há pessoas, e não uma, nem duas, mas muitas, que são mais amigas das pessoas de fora, do que daquelas que Deus colocou dentro de sua casa. Dentro de casa não há diálogo... Cada um tem a sua vida, o seu dinheiro, os seus projetos, os seus sonhos... individuais e individualistas! Não houve encontro! Sem contar que, neste mundo tecnológico e tão acelerado na virtualidade, criam-se mundos paralelos que impedem a pessoa de viver o real. Como é triste ver numa casa, cada um com o seu computador ou com o seu smartphone... Nunca celebram as alegrias e vitórias por inteiro... Estão sempre de corpo presente diante das pessoas... Nunca falam de si, abrindo o coração e buscando um ajudar o outro se for preciso. Convivência virtual pelas redes sociais, mas no contato com as pessoas reais os olhares não se cruzam e a comunhão não acontece... E as pessoas vão se desumanizando, tornando-se cada vez mais frias e insensíveis. Como seria bom se as pessoas se visitassem mais e falassem mais, antes de se entregarem às redes sociais, tão vazias...
E aqueles que batem à nossa porta e precisam de nosso olhar... Quanto desprezo e indiferença. Se a pessoa não pode contribuir com alguma coisa para me beneficiar, ela não me interessa, deve ser descartada. É preciso romper definitivamente a estrutura individualista e egoísta que leva-nos a achar que nos bastamos, que podemos viver sem o outro. Como diz o papa Francisco é preciso criar a cultura do encontro, da comunhão, da participação, da inserção na vida uns dos outros... Foi assim que Jesus viveu e foi por isso que Ele mexeu tanto com as pessoas, pois quando havia alguém renegado, esquecido, jogado ao chão, Jesus saia de si e ia até essa pessoa, para tocar-lhe o coração. No encontro, precisamos aprender de Deus a tomar a iniciativa: não esperar que a pessoa que me ofendeu venha até mim... Eu devo ir até ela e dar-lhe o meu perdão. Aliás, quanta gente arrastando mágoas e ressentimentos vida a fora... Mataram outras pessoas dentro de si e estão como verdadeiros sepulcros... Cheiram mal, pois trazem no coração o cadáver do marido, da esposa, dos pais, dos filhos... e por orgulho não pedem perdão.
Para o encontro acontecer é preciso sair de si... e muitas vezes é preciso tomar a iniciativa... Como jesus, no episódio do seu encontro com a mulher samaritana: rompeu qualquer empecilho, qualquer limite social, racial, de gênero... judeus e samaritanos não falavam-se... homens não podiam conversar sozinhos com as mulheres... mas naquele dia, lá no poço de Jacó, antes da mulher chegar para buscar água, jesus a esperava... Tomou a iniciativa. Que iniciativa você precisa tomar hoje¿ Se aqui na praça estiver alguém que você precise perdoar, faça isso agora, vá até essa pessoa... não deixe pra amanha, tome a iniciativa.
Nós precisamos do encontro uns com os outros, mas muito mais que isso, nós precisamos do encontro com Deus, pois fomos feitos para ele. Da mesma forma como a abelha precisa da flor, nós precisamos de Deus, da mesma forma como o rio percorre um longo caminho para se encontrar com o mar, nós estamos endereçados ao encontro com Deus, muito mais que a necessidade que temos de ar, necessitamos estar nos braços de Deus. Mas muito antes, Deus quer ter necessidade de nós. O encontro que nós vemos aqui é o encontro entre Deus e a humanidade (aproximam-se as imagens).
Deus que fez o ser humano para ter alguém com quem dialogar, não se viu satisfeito com o afastamento do homem da sua presença. O pecado retirou o homem da presença de Deus... Quanto desencontro! O homem andou por muitos caminhos e se fatigou. Desfigurado perdeu a sua identidade. Mas nesta cena nós contemplamos Deus ferido e chagado para resgatar a humanidade de sua aventura frustrada de querer conduzir sua vida sem Deus.
        A distância se rompeu, (aproximam-se as imagens) a saudade acabou, a presença novamente pode ser sentida... Deus e humanidade... Jesus e Maria... Um abraço que jamais deixará de ser e se nos encontros somos assaltados pelo tempo, pelo Kronos que nos priva da pessoa amada, aqui está quem é senhor do tempo: este abraço é eterno e este encontro não  tem fim, pois nada pode romper os laços que nos unem a Deus... Nem as torrentes da grandes águas podem nos separar do amor de Deus, pois as chamas deste amor são fogo ardente e nem mesmo a morte é maior que este amor





Motetos da Semana Santa - Pater Mi


Uma das marcas da Semana Santa em Campanha, e nas demais cidades históricas de Minas são os motetos.
O moteto é um pequeno canto, geralmente uma frase bíblica musicada, composta com uma melodia piedosa para favorecer a oração dos fiéis.
É uma rica tradição das cidades coloniais!
Aqui em Campanha, o Coral Campanhense é responsável por cantar os motetos em nossa Semana Santa.
A composição dos motetos que são cantados em Campanha é do sanjoanense Manoel Dias de Oliveira
Na terça-feira, canta-se os motetos de Passos.
O primeiro moteto de Passos é o Pater Mi:

Pater mi, si possibile est, transeat a me calix: veruntamem non sicut ego volo, sed sicut tu.


Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça como eu quero, mas como tu queres.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Domingo de Ramos - homilia D. Diamantino na missa de Ramos

Para você que perdeu a abertura da Semana Santa em Campanha, transcrevemos a Homilia que Dom Diamantino fez na solene Missa de Domingo de Ramos e da paixão do Senhor.

Irmãs e irmãos caríssimos,
Ao celebrarmos o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, ouvindo a narrativa segundo Mateus, percebemos que Jesus, embora tendo sido aclamado festivamente pela multidão, essa mesma multidão logo depois grita: “Crucifica-o, crucifica-o”. É a contradição humana que se revela tantas vezes em nossa própria existência.
Queremos agradar a Deus, mas ao mesmo tempo nós cometemos tantos erros que não agradam ao mesmo Deus. Percebemos que o próprio Jesus, na sua humanidade, sofreu humilhações, zombarias, sofreu rejeição, ao ponto de ser negada por um discípulo, traído por outro, maltratado pelo chefe dos sacerdotes, pelos políticos de então, como aconteceu. Apenas um romano, oficial, reconhece Jesus como Filho de Deus: “Ele era Filho de Deus”. É o que pode exclamar depois de tanta humanidade de Jesus, depois de passar por tantas peripécias, por tantos martírios, esse homem, que era pagão, revela uma sincera consciência de fé proclamando: “ele era Filho de Deus”.
E a gente percebe que tantas vezes nós enchemos a boca para proclamarmos Jesus como Filho de Deus, mas às vezes parece que, nós mesmo somos filhos da outra e não de Deus. E precisaríamos então reconhecer também com humildade e sinceridade que tantas vezes também zombamos do próprio Senhor, que tantas vezes também negamos pelas nossas atitudes incoerentes essa fé que tantas vezes proclamamos de boca cheia.
É porque tantas vezes o coração está longe. Embora a boca fale daquilo que o coração está cheio. Muitas vezes a boca nem sempre responde, corresponde, àquilo que teria existido e há de ser acalentado em nosso coração.


Aprendendo de Jesus, na sua profunda humilhação, no seu aniquilamento, precisamos, sempre e de novo, reconhecer que somos profundamente humanos, somos humanos demais. É que muitas somos pó e cinza e muitas vezes esquecemos que somos filhos e filhas desse Deus que parece ter abandonado o próprio Filho na cruz, a ponto do filho gritar “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”
Mas o silêncio de Deus é a resposta mais certa porque desde eternidade o Pai amava seu Filho. Por isso também não abandona. Porque acolhe seu grito, acolhe sua dor, acolhe seu sofrimento, para, logo em seguida, acolhê-lo em sua glória, passando e manifestando a ressurreição.
Nessa perspectiva, irmãos e irmãos, celebremos, a Semana Santa em atitude fé, mas também em atitude de fé. De acolhimento e recolhimento. Em atitude de recolhimento para reconhecer que, no vozerio, na gritaria não acontece coisa boa. Acontece cruz e morte. Então, é preciso ser humilde ao jeito de Jesus. Sinceros ao jeito de Jesus para podermos, realmente, fazer da Semana Santa também um gesto de fé igual ao do oficial romano: “Ele era mesmo o Filho de Deus”. (Dom Diamantino Prata de Carvalho, ofm – Bispo da Diocese de Campanha – homilia 



sábado, 12 de abril de 2014

Sétima Dor de Maria - Jesus é sepultado

Meditamos hoje a sétima e última dor de Maria. Maria vê seu filho sendo sepultado.
Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do Conselho. José foi Ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. (Lc 23, 50.52-53)

Como é dura uma despedida! Que hora triste a saída dum enterro! Mas o tempo urgia; era preciso apressar o sepultamento de Jesus. Embalsamam rapidamente e envolvem o corpo de Jesus numa mortalha e já o levam para uma sepultura cavada numa rocha, presente de José de Arimatéia. As dores de Maria chegam ao clímax. Separam dela o corpo inanimado de seu Filho. Maria se encosta à pedra que fechou a entrada do santo sepulcro. ali reza e chora. Depois, quase arrastada pelos discípulos, retira-se e volta para a cidade, deixando atrás de si, envoltas em penumbra, aquelas três terríveis e lúgubres cruzes. Sigamos Maria calados. Veneremo-la com nosso silêncio. Mas não a deixemos sozinha.


Que noite vazia! Que soledade na alma de Maria! Apesar de tudo, ela sentia-se cheia de fé. E unicamente nela repousou a Fé da Igreja desde a hora da morte até a ressurreição de Cristo .  Esta é uma lição que podemos tirar da soledade de Maria: Fé! Quantas vezes deixamos nossas luzes se apagarem ao cair sobre nós a noite das provações.... Se há trevas neste mundo, não será porque muitos deixaram apagar-se a luz da fé?

Hoje é o último dia do setenário das Dores de Maria na Paróquia Santo Antônio
18h30min - Reza do terço - Igreja N. Sra. das Dores
19h - Missa na igreja N. Sra. das Dores


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Sexta dor de Maria - Maria recebe Jesus nos braços

Continuamos a meditação das Dores de Maria. Meditamos hoje a sexta dor: Maria Recebe Jesus em seus braços. 


José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus – mas às escondidas, por medo dos judeus – pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido encontrar-se de noite com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com aromas, em faixas de linho, como os judeus costumavam sepultar. (Jo 19, 38-40)

O profeta Davi havia profetizado que não quebrariam nenhum osso do Cordeiro divino, imolado na cruz. Mas Deus queria que do Coração do seu divino Filho se derramassem sobre nós torrentes de misericórdia e graças.  Por isso, permitiu mais um crime bárbaro e desnecessário, um golpe de lança que traspassou o Coração de Jesus e a alma de Maria. Injúria para Jesus, dor para Maria.  “Uma espada traspassará tua alma”.


Contemplemos a chaga do Coração de Jesus, bem visível, para nos mostrar seu amor invisível. Escutemos São Boaventura: “Se o Filho de Deus quis que lhe fosse aberto o lado para dar-nos seu coração, é justo que lhe demos também o nosso. O coração aberto de Jesus abriu-nos uma nova era do amor. Vamos a Ele arrependidos. Ele nos acolherá.

E a programação do Setenário das Dores hoje é a seguinte:
18h30min - reza do terço
19h - Missa com a meditação do dor de Maria
Participe com a gente!


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Quinta dor de Maria - A crucificação e morte de Jesus


Continue mediando o Setenário das Dores com a gente! Hoje refletimos a quinta dor de Maria - A crucificação e morte de Jesus. 

Jesus, ao ver a sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. (Jo 19, 25-27)

Assistimos aqui uma nova espécie de martírio: uma mãe, condenada a ver seu único e amado Filho morrer entre bárbaros tormentos ... Fogem as Mães na presença dos filhos que agonizam. Ou então, procuram dar-lhe todo o alívio possível. Agar, no deserto, ao ver seu filho Ismael prestes a morrer de sede, não teve coragem de lhe fazer companhia, e exclamou: “Não Quero ver meu filho morrer”! Maria, porém, ficou ao pé da cruz. E ali ficou sem poder aliviar em nada as dores de seu Filho. Ao contrário, sua presença aumentava as dores de Jesus, que sofria por ver sua mãe sofrer. E de agonia em agonia, a divina Mãe vê seu filho morrer. Seu corpo sem vida já não sofria  mais . Mas as dores de Maria continuam. Há mais duas estações no seu caminho doloroso

E a programação de hoje da paróquia Santo Antônio é a seguinte:
Hoje é quinta de Adoração ao Santíssimo Sacramento. A Adoração prossegue até às 18h45min
19h - Missa do Setenário das Dores na igreja das Dores. 




quarta-feira, 9 de abril de 2014

Quarta Dor de Maria - O encontro com Jesus a caminho do Calvário

Estamos no Setenário das Dores, meditando a cada uma dor de Nossa Senhora, para nos prepararmos para Semana Santa. Meditamos hoje a quarta dor de Maria - O Encontro de Maria com Jesus a Caminho do Calvário.

Stabat Mater - Estava a Mãe Dolorosa...

Assim inicia o hino composto na Idade Média, em honra da Virgem das Dores. Em meio a tantas violências e epidemias, causadas por guerras fratricidas, o povo recorria à Mãe de Jesus. Na contemplação de suas angústias, o povo se identificava com a Virgem Dolorosa, e encontrava nela esperança e lenitivo.

Hoje não é diferente. No contexto de sobressaltos, na indignidade do tráfico humano, na angústia pela perda de entes queridos, os fiéis continuam olhando para a Mãe das Dores. Cheios de confiança, invocam sua proteção e encontram força para superar suas agruras existenciais.

Não importa se Maria sofreu sete ou setenta dores. Importa é que ela é a Mãe compadecida, companheira de seu Filho, desde que o concebeu em seu seio virginal. É, sobretudo, no Calvário que a Virgem santa mergulha no mistério da Paixão. Serena e forte, ela contempla seu Filho inerte na cruz e o acolhe em seus braças.

Ela continua parceira do povo de Deus, na sua luta por dignidade, justiça e pão. Nós a invocamos para nos dar a fortaleza de ânimo que experimentou ao pé da cruz. E pedimos que nos ajude a ser solidários com nossos irmãos e irmãs sofredores. Só assim, podemos experimentar a alegria e a vitória da Ressurreição.
Meditação feita por D. Diamantino Prata de Carvalho, bispo da diocese de Campanha/MG




Confira programação para hoje do Setenário das Dores de Maria
18h30min - Reza do terço
19h - Santa Missa