quinta-feira, 24 de abril de 2014

Os Apóstolos da Quinta-feira Santa segundo Pe. Marquinho



Durante a Missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira santa (17/04), é realizado o Sermão do Mandato. Este ano, os apóstolos escolhidos foram senhores e senhoras que estão diretamente ligados com a história de nossa Catedral.

Durante o Sermão do Mandato, padre Marco Antônio Iabrudi Filho, Pe. Marquinho, pároco da Paróquia Santo Antônio surpreendeu a assembleia presente ao apresentar os apóstolos à comunidade. Com uma delicadeza nas palavras justificou a escolha e elencou características de cada um dos ‘eleitos’. Foi um momento de grande emoção para todos!

Reproduzimos aqui a parte do Sermão do Mandato onde pe. Marco Antônio menciona os apóstolos.

“[...]Aqui estão eles, aqui estão elas, nossos irmãos! 




 


Aqui está a dona Elisa. Quem é a dona Elisa? A nossa estimada amiga Elisa, que no alto dos seus 86 anos de idade, na comunhão diária da Eucaristia, foi capaz de, octogenária, debruçar sobre uma pesquisa para escrever um singelo livro para tornar a nossa catedral mais amada e conhecida, não só por nós, mas por tantos outros. Elisa se entusiasma com as ideias da juventude, faz observações críticas, pois sabe que a idade não é um peso, mas uma contribuição. Nós somos muito felizes com sua presença em nossa comunidade, dona Elisa.










  

Aqui está nossa amiga Suzana. Dona Suzana. Dona Suzana que nós conhecemos bem desde os tempos do seminário. Sempre serviçal! Sempre colocando o seu talento culinário a serviço da comunidade, nas reuniões paroquiais. Sempre colocando as suas mãos e o seu gosto para ornamentar os andores e altares com sua equipe, para mostrar que o serviço prestado à Igreja, é sempre um serviço valoroso aos olhos de Deus.  Ela está sempre disponível! Sempre servindo! Sempre procurando, à sua maneira, com seu toque, com sua discrição, apresentar a solução externa, na hora certa, para uma necessidade paroquial, para uma necessidade de nossos seminários. Nós agradecemos, Da. Suzana, por tudo e todos que você representa, pelo serviço que você presta à nossa paróquia, aos nossos seminários!




 

Aqui está dona Filomena! Dona Filomena talvez seja a apóstola da doçura, pois penso que não exista pessoa mais doce, mais singela. Prestando sempre seu serviço na sagrada Eucaristia, é a mão de Cristo, levando Cristo a tantos enfermos e idosos. E também sendo o Cristo que cuida do Cristo enfermo na própria da família: um serviço de doação e entrega. Um serviço de poucas palavras, mas de uma palavra verdadeira, séria, doce e singela. Precisamos aprender tanto com você, Da. Filomena, a saber silenciar, a saber ser mais doces, deixar as amarguras de lado! Muito obrigado, Da. Filomena!





 

Aqui está a da. Arly, a poetisa da turma. Escritora! Ela veio de Aiuruoca. Mas é muito mais campanhense do que alguém nascido aqui. A da. Arly é motorista aos 82 anos de idade, que dirige pela cidade. Destemida, leva os padres, aqui e acolá, como faz agora e como sempre fez no passado: lembramos do irmão Paulo. Apóstola, sempre pronta a servir de uma maneira singela, doce, pontual. Como se sempre estivesse no lugar, da. Arly está lá! Como um time que nós podemos contar um jogador que representa a chance da última hora: assim é da. Arly. Presença na nossa vida paroquial, presença meiga, presença, sobretudo, de uma amizade tão verdadeira para com todos aqueles que aqui estão e por aqui passaram. Nós agradecemos, da. Arly. 


 
Da. Terezinha! Meu até vontade de comer um pastelzinho! Da. Terezinha aqui de São Sebastião, que representa este amor sempre incondicional e verdadeiro a esta comunidade de São Sebastião. Uma doçura que não é só dela, que ela recebeu também no sangue, dos irmãos que já estão junto de Deus, dos pais, dos sobrinhos e filhos que também servem esta comunidade.  Mulher de poucas palavras, não é, da. Terezinha? Mas de um olhar que transmite uma mensagem tão profunda de amor à família que a senhora construiu com tanta luta; de amor a esta comunidade com a qual a senhora soube deixar um legado, que é também um legado da sua família, que é colocar-se a serviço através dos tempos. E isso renova-se através das gerações! Muito obrigado da. Terezinha!




A dona Bilia [Gabriela], acho que é o São Pedro dos apóstolos. Vai fazer 92 anos! É para nós um exemplo de igualdade e santidade. Sobretudo de cuidado! Cuidado do amor de amor de mãe, do amor de avó para com os sacerdotes: não só o padre Marco e o Edson. Mas desde os tempos mais antigos onde a Mãedica e o pai Joaquim [pais de da. Bilia], hospedavam e ofereciam préstimos aos nossos antecessores. De uma maneira sempre discreta, silenciosa. Mas sempre com o terço, com a oração, com a oração silenciosa do quarto, como nos ensina o evangelho. Deixa para nós, ainda hoje o exemplo, que perpetuou na educação de seus filhos e netos, que chegam para o padre, seja ele qual for, branco ou negro, sorridente ou carrancudo, de Campanha ou de outra cidade: “Sua bênção, sô padre!”, e beijam a mão. Tamanha devoção ao padre, ser humano, mas que remete ao Cristo-Sacredote. Deus abençoe! Nós agradecemos, da. Bilia!



Seu Manoel. Nosso querido Manoel Sebastião. Pai de uma família numerosa. Esposo da da. Terezinha. Seu Manoel, que nos festejos de São Sebastião é o mais antigo! Desde a época do Mons. Mesquista. Seu nome até hoje está no programa. Uma fidelidade sem igual, um amor sem igual por esta igreja, por toda a paróquia! Homem que com sua esposa, criou uma família tão maravilhosa. Uma família campanhense, mineira, gente brava! Brava! De todas as patentes: desde o tenente ao brigadeiro! Mas sempre servindo como soldados de Cristo, onde não existe patente: existe desejo de servir. Eu acho que essa disciplina, essa ordem, esse amor às coisas sagradas é fruto do matrimônio do senhor e da da. Terezinha e do exemplo a seus filhos. Nós agradecemos porque o senhor representa tantos das comunidades rurais da nossa cidade que, sempre à distância, cuidaram, com os produtos da terra e do campo, das coisas de Deus, com suas ofertas e com suas orações. Nós agradecemos, seu Manoel, por tudo que o senhor representa para nossa comunidade!

Seu Milton Maia. Seu Milton, nos próximos dias, celebra 90 anos. Dos ministros mais antigos, é ele uma recordação que nos faz remeter a tantos que já estão juntos de Deus. Alguns ainda circundam este altar. O senhor Milton Maia, homem capaz sempre de nos surpreender pela capacidade tão singela, tão humilde de procurar o sacramento da Penitência. De procurar na Penitência a graça santificante de Deus!  Homem também singelo, simples, sem muitos discursos. Mas de um olhar, de uma presença vivencial que cala tanto ao nosso coração, e que nos remete tanto àqueles que, com o senhor, serviram o altar da Catedral e das comunidades de nossa paróquia, como os primeiros Ministros da Extraordinários Comunhão. E olhando para o senhor, nós trazemos no coração aqueles que já estão junto do Pai. E olhando para seu exemplo, nós pedimos a força de permanecermos de pé, servindo a Cristo. Buscando o sacramento na Igreja e dando testemunho verdadeiro na comunidade. Muito obrigado, seu Milton.

O Jarbas... O Jarbas, nosso apóstolo da zona rural. Condutor dos sacerdotes. O apóstolo dos amigos. Olha, Jarbas, talvez aqui em Campanha, neste período, foi de você que eu mais me aproximei, você sabe disso. Me aproximei porque, com você, eu percorri as comunidades rurais, como você o faz com o mons. José Hugo, ou com aquele padre que estiver com você. Com você eu percorri sempre a casa dos doente. Eu, exercendo o meu ministério; você respondendo as orações. Com a mesma sinceridade, com a mesma piedade, com o mesmo sentido de perceber a necessidade mais urgente de perceber aquela confissão que está lá longe; daquela unção que está lá atrás da serra; daquele batismo que ninguém se lembrou; daquela primeira eucaristia que ficou escondida; daquele matrimônio que precisou de uma palavra para se desenrolar. Por isso, Jarbas, este serviço de devoção, de ir ao encontro, de puxar o padre, de insistir com o candidato ao sacramento e à vida da Igreja, é algo que fala muito ao nosso coração, pelo seu serviço e do seu testemunho para com esta comunidade. Nós agradecemos, Jarbas, porque isto faz a Igreja! Isto nos faz continuarmos a obra de Jesus Cristo! Deus abençoe você!

Seu Lalico [Geraldo Eulálio]. Ágil! Ágil porque sempre, bem antes dos Irmãos, estava à frente das procissões correndo aqui e acolá. Com a expressão sempre terna, com uma expressão de bondade. Com a expressão daqueles que sabem cuidar da obra da criação! Como ele faz isso bem: cuidando de nossos jardins, das nossas roseiras, das nossas videiras, das nossas figueiras com o mesmo amor com que o Cristo nos chama a cuidar de nossos irmãos. Olha seu Lalico, a maneira como o senhor vive a sua vida, exerce seu ofício, de uma maneira, também, despojada, sem o mínimo de ostentação ou exigência de reconhecimento ou aplauso, é uma graça de Deus. É um estímulo de fé para nós que hoje somos comovidos pelas palavras do papa Francisco. Mas nós somos arrastados por testemunhos de homens como senhor: devotos, fiéis à Igreja, que não entregam jamais, que sempre estão prontos a servir. Porque sabem que o Deus é agradecido por todas as tarefas. Que Deus abençoe, seu Lalico! Nós agradecemos!

Seu Sebastião Garcia! Seminarista eu era, há 20 anos, eu ia à missa do Pe. Fuhad e me encantava com a sua presença, sua postura reverente diante do altar da Catedral. Padre eu sou hoje, seu Sebastião, e até hoje me comove o seu zelo, a sua pontualidade, a sua hombridade, a sua simplicidade em servir com o mesmo amor, de 20, 30 anos atrás, a igreja Catedral ou qualquer comunidade que necessite do senhor. O senhor é um homem que não tem escala! O senhor ultrapassa qualquer escala porque está sempre de prontidão para servir! E pedindo sempre a bênção! Às vezes a gente fica até envergonhado: como envergonhar uma pessoa como o senhor Sebastião? Mas como a bênção não é minha, a bênção é de Deus, a gente abençoa! Sentimos feliz com a sua presença aqui. Que Deus abençoe! Muito obrigado pela sua presença aqui, seu Sebastião!

Neíque [Carlos Henrique], o São João, é o caçula. Olha, Neíque, você está aqui como irmão do Santíssimo Sacramento. Você está aqui lembrando-nos do passado onde a Catedral foi erguida pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. Você está aqui porque certamente, na nossa comunidade, é a pessoa que mais tem se empenhado pela reforma de nossa Catedral. Se empenhado em todos os sentidos: preocupado com as contas, preocupado com os carnês, preocupado com os pagamentos. Presença diária! Nesta maneira sua, que é um jovem senhor, toda comunidade paroquial, deve encontrar, hoje, compromisso de também engajar-se na causa da Catedral. Mas muito mais que a causa da Catedral, perceber que o serviço da Igreja não tem idade, nem jovens, nem adultos, nem idosos: todos são chamados a servir e testemunhar Jesus Cristo. Você que representa esta assembleia, todos nós, jovens senhores, jovens senhoras, adolescentes, devemos encontrar uma ideia, ter uma atitude para servir de uma maneira tão voluntária, olhando para o patrimônio, que é de toda comunidade, como depósito da fé, donde a Catedral é apenas a representação visível. Depósito da fé, da verdade da Igreja e do Evangelho. Nós agradecemos, Neíque, pelo seu engajamento, pelo seu testemunho junto com sua esposa e seu filho dentro de nossa comunidade. Vemos em você a esperança de reconciliação entre o presente e o passado, entre o passado e o futuro. A esperança de continuidade. É preciso que os mais jovens, e os ainda mais jovens, assumam tanta riqueza que estes e estas têm deixado como legado para nós. Porque também receberam de seus antepassados. Deus abençoe, Neíque!”

Padre Marco Antônio Iabrudi Filho – Pároco da Paróquia Santo Antônio – Campanha/MG - Trecho do Sermão do Mandato – Semana Santa 2014

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